Pesquisa: Práticas Pedagógicas no Retorno às aulas presenciais

No final do primeiro semestre de 2021, realizamos uma pesquisa sobre Práticas Pedagógicas no Retorno às aulas presenciais com 395 professores da educação básica. Seu objetivo foi identificar práticas de Ensino Híbrido que podem ser referência no retorno às aulas presenciais nesse segmento. Segue um resumo dos dados obtidos e de sua análise, que farão parte de um artigo a ser submetido a uma revista de divulgação científica.

Dentre os respondentes, 52% são da região Sudeste do Brasil, 38%, do Nordeste, 5%, do Sul, 3%, do Centro-Oeste, e 2%, do Norte. 82% são da rede pública de ensino, tanto municipal quanto estadual. 39% atuam no EM, 33%, no EFAI, 12%, no EI, 11%, no EFAF, e 5%, na EJA. Em resumo, temos a maioria dos participantes da pesquisa das regiões Sudeste e Sul e do EFAI e do EM da rede pública.

De forma geral, detectou-se que 2/3 já tiveram alguma experiência com o retorno à modalidade presencial no primeiro semestre do ano. No Nordeste, as aulas voltaram antes, se comparado a outras regiões, e a rede municipal foi a que teve o menor número de escolas retornando. Centro-Oeste foi a região com o menor número de escolas na volta. O mês de maio foi o que apresentou o maior índice de alunos nas escolas. A maioria sinalizou que os alunos tiveram que ser mais autônomos em casa. Na escola, trocaram experiências. Na rede privada, observou-se que ocorreu transmissão ao vivo das aulas. Dois são os principais desafios: falta de recursos digitais e de algum responsável que auxilie os alunos em casa. Acredita-se que serão utilizados modelos próximos ao que se defende no Ensino Híbrido, o que vai demandar preparo dos professores e mais acesso às tecnologias digitais. Houve aumento da demanda de trabalho, segundo os participantes, mas o planejamento não foi o maior desafio. Os alunos do EI e do EFAI foram a maioria do número de alunos presenciais no primeiro semestre do ano.

Quanto à organização da volta às aulas presenciais, 70% dos estudantes da escola pública, em casa, interagiam com o conteúdo de forma mais autônoma e por meio de plataforma digital, TVs, rádio, whatsapp, material impresso, entre outros, sem transmissão de aula ao vivo. Na escola, houve interação com os colegas remetendo-se a esses estudos feitos em casa. Na escola privada, a transmissão de aulas ao vivo ofereceu, em casa e na escola, a mesma experiência, usualmente centrada no papel do professor. No retorno às aulas no segundo semestre, os docentes da rede privada relatam que algo semelhante vai acontecer.

Entre os maiores desafios, o uso de recursos digitais por professores e alunos e o papel da família são os mais citados. Outros foram a autonomia dos alunos, a infraestrutura da escola, a avaliação, a gestão dos espaços escola e casa, o papel do professor e o planejamento das aulas. Mencionaram, também, principalmente por parte de professores da rede pública, a sobrecarga de trabalho e a falta de recursos digitais. Entre os aspectos menos desafiadores, está o planejamento das aulas. Houve a dificuldade de adaptação à nova realidade, de avaliar os alunos e o desafio do Ensino Híbrido.

As aulas presenciais foram apoiadas, majoritariamente, por estratégias que consideravam as necessidades dos alunos e com a integração dos dois momentos, presencial e em casa, o que também, segundo os respondentes, ocorrerá no retorno no segundo semestre.

A melhor notícia de todas é que o Ensino Híbrido foi utilizado por 76% das escolas no retorno às aulas do primeiro semestre e 83% acreditam que será utilizado no retorno no segundo semestre de 2021. Os relatos sobre as experiências com o Ensino Híbrido serão analisados e publicados futuramente.

Alguns comentários ao longo da pesquisa deixam claro que ainda há confusão sobre o que é Ensino Híbrido e sua implementação, uma vez que identificamos que a definição do conceito tem sido muito diferente. Para apoiar os respondentes, alguns materiais que contaram com a participação de Lilian Bacich foram compartilhados. Porém, é indiscutível que as dificuldades e desafios enfrentados pelos professores e alunos foram, e são, muitos quando observamos este cenário totalmente diferenciado nas diferentes realidades analisadas. Faz-se necessário um maior preparo dos docentes para a atuação utilizando o Ensino Híbrido e mais investimento em tecnologia e recursos digitais que facilitem as experiências de aprendizagem.

Clique aqui para baixar o PDF da pesquisa na íntegra!

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